segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A falsa humildade de um homem que define Deus (1)

 

«Dieu est l'Esprit du monde. Il y a beaucoup de lectures de Dieu, autant qu'il y a d'âmes qui y pensent pour l'accepter à leur manière, ou à leur manière en refuser l'existence. Mais Dieu est au-dessus de ces lectures et pour cette raison je dis que ce n'est pas catholique, mais universel».

(tradução)

Deus é o espírito do mundo. Há muitas leituras de Deus, tantas quantas as almas que pensam para o aceitar cada um à sua maneira, ou à sua maneira de recusar a sua existência. Mas Deus está acima dessas leituras e por essa razão eu digo que Deus não é católico, mas antes é universal.”

— cardeal Bergoglio em entrevista ao ateu Scalfari.

Dizer que “Deus é o espírito do mundo” é definir o Seu conteúdo, e não só conceber a Sua forma. Quem pretende definir o conteúdo de Deus é um gnóstico moderno: a sua concepção de Deus é imanente (“espírito do mundo”, diz ele) e assemelha-se à concepção de Deus de Espinoza (“alma do mundo”).

Mesmo que seja verdade que “há muitas leituras de Deus”, que “cada um concebe Deus como quer e lhe dá na real gana”, e que Deus não é católico”, o cardeal Bergoglio tem todo o direito à sua opinião mas está no lugar errado, e deveria apresentar a sua resignação.

“A fé não é conhecimento do objecto, mas antes comunicação com ele” — Nicolás Gómez Dávila

Uma pessoa humilde, como pretendem à viva força que o cardeal Bergoglio seja, não tem a presunção de definir o conteúdo de Deus. Só um mentecapto ou um arrogante teria essa presunção.

(continua)

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