sábado, 17 de setembro de 2016

A acção dos animais modernos

 

“Esse gosto mórbido da inacção mental explica que tenha sido possível aos arautos da esquerda ir introduzindo no convívio social das nações, sem oposição proporcionada, as maiores aberrações intelectuais, como a Ideologia de Género, a generalização da matança de inocentes no ventre materno, os horrores da arte moderna; e, na Igreja, a contestação de doutrinas evidentes, a demolição de cerimónias ancestrais belíssimas, de costumes tocantes.

São máquinas de opinião pública que vêm despejando sobre as pessoas esses e outros horrores, como certos tubos enormes despejam asfalto numa via de terra para se constituir ali uma estrada, enquanto o «louco» olha para isso com olhar desagradado, mas aparvalhado”.

A preguiça mental contra a acção


1/ A partir da Idade Moderna, principalmente depois de Kant, os valores da cultura ocidental passaram a valorizar a acção em detrimento do pensamento.

actionO homem moderno, depois de Karl Marx, — tal como acontece com os animais irracionais — é livre porque age: é a acção que determina a sua liberdade; quem não age (de forma positiva, uma vez que o não-agir é uma forma negativa de agir) não é livre.

Porém a tradição europeia anterior à Idade Moderna era a de que o ser humano age porque é livre: é em função da nossa liberdade que agimos; ou, na terminologia de Kant: a nossa liberdade é a condição da nossa acção.

A animalização da acção (“eu sou livre porque ajo”), introduzida pelo modernismo e cimentada por Karl Marx, Kierkegaard e Nietzsche (ou seja, a inversão ideológica de Platão) levou a que muita gente considerasse a acção, ou algo próprio de gente de poucos escrúpulos (a ideia de “acção” como a iniciação de um “processo histórico” inconsequente, imprevisível e irresponsável), ou então a acção passou a ser vista como uma forma insensata de realização de uma qualquer utopia (a “transformação do mundo” preconizada por Karl Marx que já causou centenas de milhões de vítimas mortais em todo o mundo).

2/ Esta característica moderna de animalização da acção não é só característica da Esquerda — a não ser que George Soros, Rockefeller, Rothschild, Bill Gates, etc., também sejam de esquerda.

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